A privação de sono pode atrapalhar na tomada de decisões
Nada melhor do que dormir direitinho para evitar fazer bobagens no dia seguinte. Basicamente, é essa a conclusão de uma pesquisa feita pela Washington State University e publicada na última edição da revista científica Sleep. Os estudiosos chegaram à conclusão de que noites mal dormidas em sequência podem afetar a tomada de decisões.
Desenvolvido durante seis dias, o estudo analisou como 26 pessoas com idades entre 22 e 40 anos reagiam a testes propostos pelos estudiosos. O resultado mostrou que as pessoas que tiveram o sono privado tiveram dificuldade em entender a natureza dos testes e muita dificuldade em ter bom desempenho quando as regras eram mudadas.
– Durante o sono, o cérebro se recicla, se reseta, em uma linguagem para leigos. Uma série de hormônios são produzidos, nossa memória é ativada e ajuda a fixar coisas que aprendemos durante o dia. Além de tudo isso, a privação de ajuda prejudica porque causa cansaço. A sonolência causa desatenção e prejudica o rendimento – avalia o neurologista Geraldo Rizzo, membro da Associação Brasileira do Sono.
Rizzo indica que, em média, uma boa noite de sono para adultos tem entre sete e oito horas – mas há pessoas que necessitam um pouco menos (os chamados dormidores curtos) e outros que precisam de um pouco mais (os dormidores longos). Mas, seja para quem for, uma noite bem dormida, sem interrupções, é essencial para que o dia seguinte seja bom.
Hipertensos que dormem demais ou de menos podem ter aumento nos riscos de derrame
Cientistas da Escola de Medicina do Hospital Mount Sinai, nos Estados Unidos, descobriram que pessoas hipertensas que dormem menos de cinco horas por noite sofrem um risco 83% maior de sofrer um derrame, quando comparado àqueles que dormem entre sete e oito horas por noite. Já os dorminhocos, que dormem mais de oito horas, correm um risco 74% maior.
Os autores suspeitam que o aumento do risco em pessoas que dormem pouco esteja relacionado ao aumento dos níveis de cortisol no sangue, também conhecido como hormônio do stress. Enquanto longas horas de sono estariam associadas à liberação de substâncias inflamatórias.
A pressão alta, também conhecida como hipertensão, já é um fator de risco para AVC e outras doenças cardiovasculares. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2014, a população com a doença chegou a 24,8%. As mulheres são maioria nesse cenário e respondem a 26,8% dos casos, enquanto os homens respondem a 22,5% dos casos.